A esquizofrenia persiste em cerca de 1% da população mundial apesar de reduzir em 50% a aptidão reprodutiva, desafiando explicações evolutivas clássicas.
O modelo de funções de aptidão em beira de penhasco propõe que traços cognitivos aumentam fitness até um limiar crítico, além do qual a aptidão cai abruptamente e manifesta-se a esquizofrenia.
A seleção natural estabiliza esses traços logo abaixo do limiar para maximizar a transmissão de genes, mas a variação individual faz com que uma minoria ultrapasse o limite e adoeça.
Cálculos matemáticos indicam que um gradiente de seleção positivo muito fraco (~0,0135) é suficiente para manter o risco de esquizofrenia sem ser detectado facilmente.
A modelagem sugere que alelos de efeito moderado resistem à seleção fraca, enquanto alelos de grande efeito são eliminados, em concordância com dados de GWAS.
Ao longo da evolução humana, alelos de risco foram inicialmente benéficos ao expandir capacidades cognitivas, mas passaram a enfrentar seleção negativa à medida que a média populacional se aproximou do limiar.
Estudos genéticos mostram sinais conflitantes de seleção positiva e negativa em loci de esquizofrenia, coerentes com a dinâmica predita pelo modelo de penhasco.
Análises de risco poligénico indicam que indivíduos sem esquizofrenia mas com maior escore têm ligeiramente mais filhos, apoiando a perspetiva de seleção fraca.
A esquizofrenia surge como subproduto da seleção de traços cognitivos vantajosos, não como resultado de genes “defeituosos” diretamente selecionados.
Get notified when new stories are published for "🇵🇹 Hacker News Português"